GRUPO DO AMARANTE
A 1ª E A “MÃE” DE TODAS AS CONFRARIAS DE VINHO DO BRASIL
< Fundada em Fevereiro de 1983 >
Grupo do Amarante comemorando o seu 20º aniversário, em 2003, no restaurante Eau.
Em julho de 1974, quando comecei a estudar sobre vinho, o conhecimento desse assunto, em nosso país, era muito precário.
Entretanto, visando acelerar ainda mais o meu aprofundamento prático do assunto, criei em 21 de fevereiro de 1983, com a ajuda do grande e saudoso amigo e reconhecido jornalista eno-gastronômico Saul Galvão de França (que infelizmente, nos deixou em 09/09/09), uma confraria que leva o meu nome: “Grupo do Amarante”. Foi ela a primeira a realizar degustação de vinhos às cegas no Brasil, com a ajuda de uma ficha de degustação, por mim desenvolvida. Nos dias de hoje, esta prática espalhou-se pela sociedade brasileira, como um rastro de pólvora.
Durante estes mais de 31 anos de degustações, muitos confrades participaram destes saborosos encontros mensais. Além do Saul e de mim, os outros confrades titulares, por décadas, da nossa confraria, foram os amigos (mostrados na foto acima), citados por ordem alfabética:
- Affonso Brandão Hennel: CEO da Semp-Toshiba e gentil provedor de magníficos vinhos de sua bem fornida adega;
- Belarmino Iglesias Filho: reconhecido restauranteur do Grupo Rubaiyat, de sucesso internacional;
- Ciro de Campos Lilla: engenheiro, diretor-presidente da Mistral Importadora e da Vinci Importadora, além de ex-primeiro presidente da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP);
- Clóvis Franco de Siqueira: professor de vinho do SENAC e ex-dono do saudoso restaurante La Cave (que infelizmente, também nos deixou em 15/01/16);
- Elie Karmann: empresário e fino gourmet (que infelizmente, para nós, mudou-se para Turim);
- Ennio Federico: empresário, sócio do site Winexperts e ex-presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (SBAV);
- Jorge Carrara: especialista em informática e jornalista de vinho da revista Prazeres da Mesa, e por longos anos da Folha de São Paulo;
- José Ruy de Alvarenga Sampaio: médico ortopedista e um dos fundadores da ex-importadora Maison du Vin;
Outros amigos que também tiveram participação por mais de 2 anos no nosso grupo, por ordem alfabética foram:
- Afonso Antônio Hennel: empresário e grande amante de vinhos;
- Amaury de Faria: arquiteto, proprietário da importadora de vinhos Cellar;
- André Rocha: executivo de multinacionais, da nova safra de amantes do vinho;
- Dante Calatayud: saudoso enólogo, ex-vice presidente da Heublein, atual Diageo. Ele foi o meu maior mestre no vinho. Durante os nove anos que participou da confraria, tivemos a oportunidade de aprender muito com ele, além dos momentos felizes passados juntos, graças à seu fino humor;
- Ibrahim Zouein: médico gastroenterologista, da nova safra de amantes do vinho;
- Isídio Calich: médico reumatologista renomado e sagaz gastrônomo;
- Jorge Lucki: conhecido especialista de vinho, que degustou conosco por 10 anos;
- Luciano Suassuna: reconhecido jornalista e degustador experimentado de vinho;
- Marcos Frugis: médico gastroenterologista, da nova safra de amantes do vinho;
- Reinaldo Hossepian: diretor de banco, da nova safra de amantes do vinho;
- Renato Frascino: especialista em vinhos que durante mais de nove anos participou do nosso grupo;
- Roberto Gerosa: reconhecido jornalista, responsável pelo Blog do Vinho, abrigado no site da ig;
- Roberto Lage: vice-presidente financeiro da Comgás e da nova safra de amantes do vinho;
- Rodrigo Martins: advogado da nova safra de amantes do vinho;
- Sylvio do Amaral Rocha: advogado, ex-dono da importadora de vinhos Silmar.
Nesses 31 anos, a rotina repetiu-se com degustações mensais temáticas seguidas de jantar nos melhores restaurantes de São Paulo. Cabe ressaltar que entre Maio e Dezembro de 1983, fizemos os nossos eventos no Fasano do Shopping Eldorado, ciceroneados pelo sempre generoso Fabrizio Fasano. No período de Dezembro de 1985 e Maio de 1996, a nossa “sede” foi o ótimo e acolhedor restaurante do simpatissíssimo amigo Massimo Ferrari. Todo confrade leva, além do vinho combinado, suas próprias taças de degustação padrão INAO, numa maleta especial do tipo 007. Os vinhos são servidos com os rótulos escondidos por papel-alumínio e os provadores colocam as suas pontuações e comentários nas fichas de degustação. O pessoal me entrega as fichas preenchidas e as garrafas são então desembrulhadas para serem identificadas. Posteriormente, eu elaboro o relatório com os resultados da prova.
O primeiro dos vinhos inesquecíveis da confraria foi um Vega Sicilia 1967, desfrutado pela primeira vez, em Agosto de 1983. Possivelmente, ele não deve ter sido o primeiro Vega Sicilia bebido no Brasil, mas seguramente foi o pioneiro em degustação às cegas. Esta garrafa veio direto da Espanha, graças aos esforços do amigo Renato Frascino.
Durante estes encontros, foram degustados mais de 4.000 vinhos do mundo inteiro em que não faltaram sensacionais descobertas, muitas surpresas agradáveis e poucas decepções (vinhos bouchonées, caldos caros e de certo renome que se houveram mal, etc.). Outro fator positivo destas noitadas foi nos obrigar a sermos modestos. Assim como é muito difícil identificar um velho tinto de Rioja, que muitas vezes é confundido com um velho tinto de Borgonha, existem outras “pegadinhas” no extenso e misterioso mundo do vinho.
José Osvaldo Albano do Amarante
Outubro 2014
Janeiro 2016 (rev)