FORMAÇÃO DAS LÍNGUAS EUROPÉIAS

 

     

O Homo sapiens migrou da África para a Europa, via Sul da Ásia há cerca de 50 mil anos atrás. Lá ele conviveu com o seu primo o Homo neanderthalensis até 24 mil anos atrás, quando esta espécie se extingiu.

Há cerca de 18 mil anos atrás, nos finais da última idade glacial, a Europa encontrava-se coberta de gelo até a latitude dos Alpes. A população paleolítica, conhecida como Cro-Magnons, encontrava-se, então, concentrada em três santuários, esperando a chegada do degelo. Eles se situavam na Península Ibérica (R1b), Balcãs (I) e Ucrânia (R1a).

Há cerca de 12 mil anos atrás, o gelo se retrai. Dos três santuários, os três haplogrupos [vide a nota abaixo] paleolíticos de caçadores-coletores se espalham para o norte. Hoje, eles respondem por aproximadamente de 80% da presente população européia original deste continente.

Há cerca de 8 mil anos atrás, vários haplogrupos (principalmente E3b, F, J2 e G2) de povos neolíticos do Oriente Médio, já tendo desenvolvido a agricultura, movem-se para a Europa. Esta penetração deu-se em diversas ondas temporais e foi direcionada predominantemente para as costas do Mar Mediterrâneo. Eles são responsáveis por quase 20% da população européia atual.

Um pouco mais tarde, há cerca de 4.500 anos, o haplogrupo N3 começa a se mover para oeste, vindos dos Montes Urais.

Dos fatos acima relatados, tem-se uma certeza: as línguas não indo-européias, faladas hoje na Europa, vieram do haplogrupo R1b (o basco) e do haplogrupo N3 (as línguas fino-ugrianas). Contudo, existem duas hipóteses principais para a origem das línguas indo-européias, faladas majoritariamente neste continente (línguas românicas, germânicas, eslavas, célticas, helênicas e outras). A primeira delas, a hipótese "Kurgan", seriam os cavaleiros do haplogrupo paleolítico R1a, expandindo-se da Ucrânia, graças à sua superioridade militar. A outra hipótese, a "Anatólia" teria sido algum dos haplogrupos de agricultores neolíticos, vindos do Oriente Médio, através da Anatólia, na atual Turquia. Devido à superioridade tecnológica destes últimos, graças à domesticação de plantas e animais, eles suportariam maiores populações, impondo-se aos nativos.

 

Nota: Em genética humana, a análise das diferenças dos haplogrupos do cromossoma-y (chamado ADN-y), transmitida através da linhagem patrilinear, pode chegar até o hipotético Adão cromossomial-y.

 

Fontes:

. A Aventura das Línguas, de Hans Joachim Störig, ed. Melhoramentos, 1990

. As Línguas do Mundo, de Charles Berlitz, ed. Nova Fronteira, 1982

. L’Aventure des Langues en Occident, de Henriette Walter, ed. Robert Laffont, 1994

. DNA Heritage: //dnaheritage.com

. Wikipedia: //pt.wikipedia.org

. Eupedia: www.eupedia.com


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