Ceará

    

   
 

    Considerado o segundo maior produtor de queijo do Nordeste, o Ceará tem conquistado maior aceitação de seu produto laticínio nos estados vizinhos. O motivo é simples: qualificação técnica de preparo e melhor higienização.

    Em 2008, segundo o IBGE, o estado do Ceará teve uma produção de leite estimada em 475,6 milhões de litros. Essa produção encontrava-se distribuída por vários municípios cearenses. As bacias leiteiras mais representativas, foram as do Sertão Central (Quixeramobim), Sertão dos Inhamuns (Tauá e Crateús), Médio Jaguaribe (Jaguaribe), Baixo Jaguaribe (Morada Nova) e Centro Sul (Iguatú). O agrupamento da região do Sertão Central com as regiões do Médio e Baixo Jaguaribe, compõem a zona com a maior parte da produção cearense.

    Por outro lado, numa pesquisa realizada por Nassu et al. (2001a, p. 28-36) sobre o queijo coalho originário de três regiões do Estado do Ceará, observou-se que 85% dos produtores utilizam o leite sem pasteurização. Quanto ao tipo de coalho, verificou-se uma variação de acordo com a região. Nas regiões de Quixadá/Quixeramobim e Tauá/Crateús, 85% dos produtores utilizavam o coalho industrial, enquanto na região do Jaguaribe, 50% dos produtores utilizavam o estômago de animais.

    Um diagnóstico realizado em 2001, pelo SEBRAE/CE, apontou 198 queijarias localizadas nos seguintes municípios: Jaguaribe, Jaguaribara, Jaguaretama, Morada Nova, Quixeramobim, Quixadá, Itapajé, Irauçuba, Sobral e Tauá.

 

Jaguaribe

A região de Jaguaribe localiza-se no mesorregião do IBGE MES-5 Jaguaribe. Os 17 municípios abrangidos são os seguintes:

- MR-23 Baixo Jaguaribe: Alto Santo, Ibicuitinga, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Palhano, Quixeré, Russas, São João do Jaguaribe e Tabuleiro do Norte;

- MR-24 Médio Jaguaribe: Jaguaretama, Jaguaribara e Jaguaribe;

- MR-25 Serra do Pereiro: Ererê, Iracema, Pereiro e Potiretama.

Em 2011, o maior efetivo de rebanho bovino estava em Morada Nova, Jaguaretama e Jaguaribe, seguido por Alto Santo, Tabuleiro do Norte, Russas, Iracema e Limoeiro do Norte.

Na região de Jaguaribe, que é a segunda maior bacia leiteira do estado do Ceará, de acordo com a Queijaribe - Associação dos Produtores de Leite e Derivados de Jaguaribe, estão cerca de 400 produtores de queijo, quase a totalidade da produção diária de leite vai para a fabricação deste queijo mais famoso do Sertão.

“Nosso produto já possui uma tradição no País, mas ainda competimos muito com produtos de outros Estados do Nordeste, que vendem no mercado cearense produtos rotulados como sendo do Jaguaribe e isso prejudica a competitividade”, diz o presidente da Queijaribe, Sérgio Campelo.

A Embrapa está criando um selo de certificação geográfica para o queijo coalho de Jaguaribe, de modo a impedir que produtos que não sejam aqui fabricados, sejam comercializados como sendo de origem local.

A região do Jaguaribe, que é uma grande produtora do queijo, está tentando organizar seus produtores, a fim de obter um padrão e transformar o Queijo de Coalho do Jaguaribe numa indicação geográfica.

 

Quixeramobim

Quixeramobim localiza-se na região conhecida como "Sertão Central", sendo, atualmente, a maior bacia leiteira do Ceará.

Os 15 municípios que compõem esta região, estão todos situados na mesorregião do IBGE MES-4 Sertões Cearenses, sendo os seguintes:

- MR-19 Sertão de Quixeramobim: Banabuiú, Boa Viagem, Choró, Ibaretama, Madalena, Quixadá e Quixeramobim;

- MR-21 Sertão de Senador Pompeu: Acopiara, Dep. Irapuan Pinheiro, Milhã, Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Senador Pompeu e Solonópole.

Em 2011, o maior efetivo de rebanho bovino estava em Quixeramobim e Quixadá, seguido por Boa Viagem e Banabuiú.

Pelo sétimo ano consecutivo pecuaristas e produtores de laticínios de Quixeramobim bateram mais um recorde mundial produzindo o maior queijo coalho do mundo. Dessa vez, na abertura do VII FestLeite – Festival do Leite de Quixeramobim, em 2013, o peso do super queijo atingiu a marca de 1.247,50 quilos. No primeiro ano do evento, em 2007, o produto lácteo havia chegado a apenas 350 kg.

 

Inhamuns

            O Sertão de Inhamuns é dividido em duas sub-regiões: o Sertão de Crateús e o Sertão de Inhamuns propriamente dito.

Os 15 municípios que compõem esta região, estão também todos situados na mesorregião do IBGE MES-4 Sertões Cearenses, sendo os seguintes:

- MR-18 Sertão de Crateús: Ararendá, Crateús, Independência, Ipaporanga, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Novo Oriente, Quiterianópolis e Tamboril;

- MR-20 Sertão de Inhamuns: Aiuaba, Arneiroz, Catarina, Parambu, Saboeiro e Tauá.

Em 2011, o maior efetivo de rebanho bovino estava em Crateús, seguido por Independência (no Sertão de Crateús) e em Tauá, seguido por Parambú (no Sertão de Inhamuns.

A tecnologia "Inovação na Agroindústria do Queijo de Coalho Artesanal da Agricultura Familiar", da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), será certificada, em 25/01/13, como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil (FBB). Tudo começou no Sertão de Inhamuns. A região é reconhecida e apreciada por seu queijo de coalho bovino. A falta de um padrão de qualidade na produção do produto, porém, coloca em risco a capacidade de permanência da atividade e a conquista de novos mercados. Ao todo, mais de 300 produtores rurais participaram das capacitações e receberam os kits de fabricação. A experiência foi transformada na cartilha: “Produção Artesanal de Queijo Coalho, Ricota e Bebida Láctea em Agricultura Familiar - Noções de Boas Práticas de Fabricação”, Série Documentos nº 150 da Embrapa Agroindústria Tropical.

Tauá é o município reconhecido como tendo queijo coalho com excelente sabor, e a comunidade de Tiasol é reconhecida como maior representante nesse segmento. Dessa forma, a execução dos projetos de pesquisa foi realizada por meio da pesquisa participativa, envolvendo 15 produtores de queijo coalho da comunidade de Tiasol, que, junto com os pesquisadores, desenvolveram um padrão de qualidade para produção de queijo coalho. Com área de 1.200 hectares, a Fazenda Tiasol foi dividida por herança em 10 unidades familiares. Após a morte do Major Gonçalves, em 1981, a fazenda foi dividida entre seus dez filhos, tendo sido então criada a Associação Comunitária Major Gonçalves dos Pequenos Produtores Rurais de Tiasol e Boa Vista dos Anjos. A fazenda está localizada a 15 km da sede do Município de Tauá. A comunidade é formada por 30 famílias, cuja atividade principal é a criação de bovino leiteiro para produção de queijo coalho. Primeiramente, havia a necessidade da escolha da área física para construção da Unidade Didática de Treinamento, Armazenamento e Comercialização de Queijo Coalho, e, por exigência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), um dos órgãos financiadores do projeto, era necessária a doação da respectiva área em cartório para a referida Associação Comunitária. A doação de um terreno de 2.500 m2 foi feita pelo senhor Tristão Gonçalves Neto, filho do Major Gonçalves e também produtor de queijo da comunidade.

            Esperamos que todos estes esforços culminem numa denominaçãoo de origem regional.


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